12/07/2016 às 20:05h
Notícia Cidades
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O território brasileiro é composto por diversas biodiversidades das mais variadas possíveis, muitas vezes sendo encontrado em um mesmo Estado florestas de terra firme e não muito longe, florestas de mangue, onda as raízes das árvores crescem a cima do nível da terra para respirar por estarem em áreas alagadas. Sem contar a quantidade de plantas com poderes medicinais que são usadas pelo caboclo paraense para curar suas enfermidades as mais diversas que possam ocorrer.
FLORESTA DE TERRA FIRME
As florestas de terra firme ocupam terras não inundáveis. São recentes, originadas da sedimentação da bacia amazônica no período terciário. Caracterizam-se pelo grande porte das árvores e formação de dossel, isto é, uma compacta e permanente cobertura formada pelas copas das árvores. No geral possuem de 140 a 280 espécies arbóreas por hectare, número impressionante se compararmos com a diversidade das florestas temperadas e boreais.
As florestas de terra firme dividem-se em florestas densas, as mais diversas e com maior quantidade de madeira, e floresta abertas, mais próximas dos escudos e depressões e que sustentam maior biomassa animal.
Algumas espécies representativas são: castanha-do-pará, caucho, sapucaia, maçaranduba, acapu, cedro, mogno, angelim-pedra, paxiúba (palmeira) e figueira (mata-paus).
FLORESTA DE IGAPÓ
Ocorrem em solos permanentes alagados, em terrenos baixos próximos aos rios.
Via de regra, o solo arenoso e a "água preta" do igapó são ricos em ácido húmico. Aparecem muitos arbustos e cipós, raízes escoras e respiratórias, plantas aquáticas, como a vitória-régia, incontáveis epífitas, musgos e hepáticas. As árvores mais típicas são o tachi, o buriti e a mamorana. A diversidade de espécies do igapó pode ser considerada intermediária entre a várzea e a terra firme, com cerca de 130 espécies arbóreas por hectare, em média.
RESTINGAS
O ecossistema restinga localiza-se adjacente ao oceano, nas planícies arenosas quaternárias. É formado por um conjunto de formações vegetais que variam em composição florística e estrutura ao longo do litoral brasileiro.
No Pará a flora está constituída por cerca de 250 espécies, distribuída sobre planícies e dunas, sendo importantes na fixação destas. A maioria das espécies apresenta características xéricas, devido estarem submetidas à grande incidência de raios solares, altas temperaturas, intensa ação dos ventos e grande profundidade do lençol freático, devido à falta de chuvas durante um período do ano.
Muitas destas espécies são importantes, tanto na alimentação quanto na medicina tradicional.
FLORESTA DE VÁRZEA
Caracterizam-se pela vazão constante dos rios, ou seja, pela entrada e saída de água das marés fluviais. Apresentam cerca de 100 espécies vegetais por hectare, número menor do que na terra firme, mas com questões de endemismo e competição ainda pouco estudadas.
Dividem-se em três categorias: várzea baixa e intermediária, ambas com predomínio das palmeiras, com algumas espécies que apresentam raízes que auxiliam na fixação de oxigênio, como açaizeiro e buriti, e várzea alta, cujo solo é menos influenciado pelas águas das marés e tem maior biomassa, pois ocorrem espécies arbóreas, como a sumaúma, assacu, andiroba e copaíba. Essa classificação é feita de acordo com o nível topográfico, composição química do solo e composição florística.
Várias espécies podem crescer associadas às espécies da várzea, como milho, cana-de-açúcar, arroz, cupuaçu, limão, laranja, biribá, graviola, banana e cacau, além do aproveitamento extrativista do açaizeiro, ucuúba, guarumã, buçu, jacitara, copaíba, andiroba e outras. Não há uma única palmeira da várzea que não tenha alguma utilidade, seja no uso das folhas, estirpe, frutos, sementes e raízes.
MANGUEZAIS
Os manguezais desenvolvem-se sobre sedimentos lodosos, sendo constituídos por espécies adaptadas ao baixo teor de oxigênio e às variações de salinidade decorrentes da ação de marés. A vegetação caracteriza-se pela presença de poucas espécies lenhosas com numerosos indivíduos. No Pará, ocorrem os gêneros Rhizophora, Avicennia, Laguncularia e Conocarpus com um total de 5 espécies, dentre as quais destacam-se o mangueiro, a siriubeira e o tinteiro.
Os manguezais servem como local de reprodução e de alimentação para várias espécies de animais marinhos e de água doce, além de apresentar um fauna, também com baixa diversidade específica, porém com muitos indivíduos, alguns deles de importância econômica como o caranguejo e a ostra.
CAMPOS E CAMPINAS
Aparecem na região em manchas de vegetação de tamanho variável, porte e biomassa reduzidos.
Para os diversos tipos de vegetação não florestal da Amazônia é usado o termo genérico de 'campo', exceto para as campinas de "areia branca", semelhantes às restingas localizadas principalmente na região do Rio Negro (AM). Essas formações têm fisionomia, estrutura e florística bem caracterizadas, com alto grau de endemismo e ocorrência de algumas espécies da mata, mas com menor porte.
Os campos ou savanas amazônicas podem ser de terra firme ou de várzea. Os primeiros distribuem-se principalmente no Amapá, Cachimbo, Cururu, Madeira, Roraima, Trombetas, Marajó e Carajás. Os campos de várzea aparecem no Baixo Amazonas, rio Araguari, boca do rio Oiapoque, Ilhas Caviana e Mexiana. Em geral, os campos são dominados por gramíneas e ciperáceas, mas existem espécies características de cada um dos tipos de campo amazônico, inclusive com vários endemismos, como os que ocorrem em Carajás, os campos melhor estudados de toda a região. Pela característica da vegetação, são os ecossistemas mais sujeitos ao fogo.
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